mi casa...

...nuestra casa.

Há pouco mais de um mês atrás, minha irmã me confiou uma missão: tomar conta de sua casa enquanto ela estivesse na Europa junto com meu cunhado e levando minha mãe a tiracolo.

Posso dizer que cumpri a missão com louvor, já que, junto a casa ainda obtive o bônus de tomar conta do que vinha dentro.

Legal. Tudo na paz na primeira semana, visto que minha irmã calculou (ou pelo menos ela pensou assim) tudo o precisaríamos de mantimentos, grana e coisas de uso geral. Mas teoria é coisa do capeta, e logo a prática iria nos mostrar isso.

Eis que os problemas começam na metade da segunda semana. Primeiramente tivemos uma dificuldade monstra com a empregada. A bicha comia quase toda a comida que nós comprávamos na semana. E olha que nem tocava na que era destinada a ela, era um tal de pegar iogurte, frutas, cereal, acho que até uns nacos no sorvete a maledeta deu!

Sendo assim, quase toda semana acabávamos indo umas 3 vezes ao supermercado pra ter o que comer de manhã e na janta. Essa situação se resolveu quando percebemos que teríamos que jogar sujo com ela. E assim o fizemos. Fomos na surdina e ligamos um pequeno freezer que havia por lá e começamos a esconder nossas guloseimas ali.

O bolso que já não andava bem das pernas (a empresa onde trabalho tinha atrasado o pagamento em 20 dias) começou a chorar. Consolando aqui e ali, fomos dando um jeito de sair por cima da situação.

Além da comida, ainda havia o quesito transporte. Eu tenho rota pra ir pro trabalho, mas estava em outro bairro, e como havia um carro sobrando na garagem...

...eu peguei né?

Preguiça é um bicho maldito mesmo. Todos os dias eu acordava um pouco mais tarde, tomava café em casa e levava a Ban pro trabalho, somente depois ia pro meu.

Prometi que só ia fazer isso quando fosse estritamente necessário. Mas a felicidade me sorria por coisas simples e inéditas pra mim! Empolgado, esqueci da minha promessa e resolvi fazer isso todos os dias...

...foi uma resolução sofrivel. Aprendi a duras penas a diferença prática entre um 1.0 e um 1.6.

Totalmente alarmado, meu bolso entrou em convulsão e só melhorou (um pouco) quando me lembrei que a caranga tmb bebia álcool. Se bem que... com o álcool a R$ 1.79 o litro e andando em média uns 35 km por dia o colapso tinha sido apenas adiado.

No entanto, as semanas correram de forma agradável.

Lógico que a lei daquele físico maldito não tardaria a aparecer:

- O teto do quarto, ou melhor, a borda de adorno que é feita de gesso, simplesmente despencou nas nossas cabeças numa madrugada aí. Eu saí ileso, só com um pequeno inchaço no lado esquerdo. Já a Ban conseguiu um belo corte no couro cabeludo, três pontos e uma tomografia que felizmente não acusou nenhum dano. Eu bati um raio X da cabeça só por dessencargo de consciência e o médico disse: "Fique tranqüilo, não tem nada aí dentro". Rá, grande novidade...

- Os cachorros além de só comerem ração especial pra filhotes e cara toda a vida, ainda viraram a cara pra ração barata que compramos. Alias, nem tanto. Um deles comeu um pouco e teve uma caganeira generalizada. Todo dia de manhã a gente acordava com um despertador olfativo. Se é que vcs me entendem...

- Ainda os cachorros, na véspera da chegada dos donos da casa, o Rolf (labrador) não tinha o que fazer e derruba a emprega na piscina. Antes fosse apenas isso, na queda a empregada se enrosca na Jade (rottweiler) e acabam as duas na piscina...

- ...que por sinal estava azul. Tinha me dado um trabalho filho da puta mantê-la assim já que estamos em período de chuvas aqui na cidade. Resultado: quando minha irmã e o cunhadão chegaram, puderam desfrutar de uma exuberante sopa de ervilhas no quintal. Ah sim, e uma garagem cagada no capricho.

- Seria demais, mas tmb tenho que dizer que dois caras foram lá numa tarde e se passando por "pesquisadores". Queriam pq queriam entrar na casa pra realizar a pesquisa "quantos cômodos a casa tem?". Sorte(?) que a empregada é sonsa só na hora de contar se comeu nossa comida, pois na hora em que eles estavam lá, ela se trancou na casa e soltou os cachorros. Depois ligou pra Ban no trabalho com os nervos à flor da pele. A Ban ligou pra mim. Eu liguei pro meu pai e pedi pra ele passar lá pra dar uma olhada. Ele foi com a polícia e... bem, a gente ficou paranóico durante o resto da estadia.

Depois de tudo isso só posso chegar a conclusão de que brincar de casinha é coisa pra adulto. E eu ainda sou criança (R$$$$$)

E o meu bolso? Morreu.

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