*underwear*

Há quase um mês eu não via as minhas camisas “novas”

Umas que comprei (bem, compraram pra mim) no templo das patricinhas.

Eu não gosto de lá.

Mas como era o único local onde havia a loja em que a minha irmã recém casada (e abonada!) tem cartão... Resolvi ir.

Comprar roupa é um saco!

Mas tá. Martírio passado...

Eis que chego em casa, arrumo tudo (vou enfiando no meu armário mofado) e saio...

... quando a minha bela progenitora se dispõe a pegar as peças e mandar lavar. Junto com as cuecas, shorts, camisetas rasgadas e meias.

Um mês atrás. Só as vim reencontrar ontem de manhã.

As camisas novas chegaram em ordem, assim como as meias, shorts e camisetas rasgadas.

Mas e as cuecas? Cadê? Só vieram umas poucas...

No lugar do resto haviam uns trajes esquisitos. Porra! Chamar aquilo de cueca é forçar a barra. Eram umas cores escrotas (Azul esverdeado, marrom-bosta, amarelo-buriti, rosa...), cheias de elásticos, pequenas, com inscrições do tipo: “Bad Boy” (com aquele olhinhos de demente), “Sexy Power”, “The way of the winner”, “100% ecstasy”, “Macho Combo” e outras tosquisses escritas na cintura. Acho que elas faziam parte da marca.

E neca das minhas cuecas...

Carvalho! Será que eu teria que usar aqueles trajes de stripper de 5º categoria durante um mês?

Que los páreos! Apertavam pra cacete! E eram pequenas! Eu ficava com a bunda daquelas putas modelos de catálogo de borracharia. Desconforto 24 hrs por dia!

Tá foda! Fui reclamar de noite.

“Pô mama! Cadê as minhas cuecas? Quem fez o favor de trocar as minhas adoráveis peças intimas por esse vestuário de cafetão paraguaio?”

“Eu sei lá! Olha, não me enche que eu tô super cansada. Amanhã vc vai lá com a moça que lava as roupas e pergunta se ela não trocou alguma peça”

“Mas amanhã? Que horas? Tenho que ir pro trabalho, pô! E na hora que eu chego a mulher já fechou as portas”

“Ah! Não sei... Vê aí que vc pode fazer! Amanhã eu tô ocupada tmb”


Não tinha jeito! Tava condenado! Eis que passo pelo quarto dos velhos e vislumbro a pilha de roupas lavadas...

Me veio uma curiosidade mórbida, me dirigi até lá pra checar se cometeram o mesmo engano com o papy.

Eis que vejo minhas cuecas limpinhas lá na pilha. Todas!

“Mas o que...”

Aí minha mãe chega junto com a menina que toma conta da Juju (e tmb dá um trato nas nossas roupas de vez em quando) dizendo que tudo tinha sido um engano. A menina me olha meio encabulada e diz que deduziu que aquelas cuecas com um visual mais “jovem” deveriam pertencer a mim e não ao meu PAI!

Putza! Quem disse que o velho tá morto? bem, pelo menos pra minha mãe, acho que ele tá faz tempo. Hehehe!

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